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Ao Mestre com Carinho: A eterna busca pelo conhecimento



ZENTA: Como aprendeu hebraico e há quanto tempo ensina?


ELIANA LANGER: Aprendi hebraico na escola judaica. Na época chamava-se Beith Chinuch, o Colégio Iavne atualmente. Estudei desde o jardim até o ginásio (sou antiga) e o colegial fiz no Mackenzie. Junto com o colegial, fiz o seminário para professores de hebraico, também no Iavne. Com 15 anos me formei no seminário e por dois anos dei aula no jardim de infância e no primário da escola. Quando me formei no colegial, fui estudar em Israel em um seminário, na cidade de Jerusalém. Lá fiquei um ano e voltei para o Brasil, e por dois anos lecionei na mesma escola em que havia estudado. Fiz Letras (neolatinas), mas minha paixão era o hebraico. Comecei a lecionar para adultos e, depois do mestrado, acabei lecionando na Letras Orientais da Universidade de São Paulo (USP), onde me doutorei e me aposentei. Hoje em dia não leciono mais.


Z: Quais os benefícios de ensinar?


E.L.: Os benefícios de lecionar são imensos, quando se gosta do que faz. A relação com alunos, a eterna procura do conhecimento que nunca se esgota, além do prazer de poder transmitir para outros aquilo que você aprendeu e ver como tudo isso modifica o outro.


Z.: Quem é o público de suas aulas?


E.L: O público das minhas aulas, nos últimos 25 anos, foi basicamente formado por pessoas interessadas em história e cultura judaica em geral, e muita gente interessada na leitura da Bíblia hebraica no original.


Z.: Qual é a periodicidade indicada? É possível aplicar imediatamente os conhecimentos adquiridos?


E.L.: A periodicidade e a aplicação de conhecimentos é difícil de se estipular, tudo depende do aluno. Na faculdade, as aulas de língua tinham uma frequência de duas vezes semanais, 90 minutos por aula, e o curso era de quatro anos (oito semestres). Cada aluno, com sua habilidade e a diversidade de interesses, sai de um curso de línguas de forma diferente. O único jeito de saber quanto tempo leva para alguém sair falando, lendo ou pesquisando, etc,. é iniciar o estudo e ver o seu ritmo de aprendizagem.


Z.: O que significa ensinar, compartilhar a valiosa experiência com outras pessoas?


E.L: Quando você compartilha com outras pessoas o conhecimento, você está interferindo de certa forma na vida dessa pessoa. Eu acredito que a experiência de ensinar é tão poderosa porque um professor pode impulsionar o aluno e interferir nas escolhas de vida dele. Eu encontrei certa vez uma aluna da qual eu já não me lembrava, que, quando me viu, me abraçou e me disse que o caminho que ela seguiu foi inspirado por nossas aulas.



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