Estamos passando por momentos de grandes mudanças e adversidades. Quem estava para ser contratado ou desenvolvia um novo projeto para ser promovido, talvez não seja mais. Quase tudo foi congelado até que passe a pandemia e a economia apresente algum sinal de melhora.
É fato que o desemprego aumentou e deve crescer ainda mais, em todas as faixas etárias. Então como nós, mais maduros, podemos aproveitar nossa experiência como diferencial?
Um primeiro olhar sobre o mercado mostra o que tem sido fundamental na pandemia: rapidez de se adaptar, principalmente no âmbito digital, jogo de cintura e empatia, além da resiliência e da resistência à frustração.
O mindset digital, que tivemos que aprender a usar imediatamente, além de liderança pelo exemplo, passaram a ser as competências mais valorizadas no momento. O cuidado com as pessoas, o incentivo aos negócios e o estímulo à cidadania estão em pauta. Cada vez mais se fala sobre ampliar a proximidade entre as pessoas.
O papel da liderança mudou, é preciso ter interação entre as pessoas de uma equipe. E aqui podemos inserir todas as habilidades que costumam ser mais frequentes nas pessoas com mais história de vida: paciência, tolerância, desejo de continuar a ser útil, mais bagagem para a tomada de decisões. A diversidade ganha mais espaço nas agendas, porque as empresas sabem que ganham mais com um time formado por pessoas de diferentes gêneros, crenças, etc., e isso inclui diferentes faixas etárias.
O emprego CLT está longe de ser a única forma de estar no ambiente de trabalho. Não há emprego suficiente para todos e muitos maduros também não querem voltar para o mundo corporativo e se sujeitar à disciplina de horário, férias, hierarquia. Mas uma possibilidade interessante é prestar um serviço por tempo limitado. Ao fazer algo de grande visibilidade, você pode ser contratado para outro projeto.
O terceiro setor é um caminho interessante, assim como as startups, que têm buscado colaboradores maduros. Aliás, a imagem de startups associadas apenas a jovens é muito equivocada. Especialistas comentam que, no Vale do Silício (EUA), as startups com maior sucesso foram fundadas por pessoas acima dos 40. A experiência ajuda a ter uma bagagem para tentar acompanhar tudo aquilo que está acontecendo e ir experimentando. Quem pode propor soluções para grandes problemas são as pessoas que têm mais experiência.
O tema foi debatido no MaturiFest 2020, voltado a trabalho e empreendedorismo para o público 50+. Entre os palestrantes, Flávio Pripas aconselha, no caso de startups, planejar o fracasso, ver o que é possível investir de tempo e dinheiro, para checar o que pode dar certo ou errado, e calcular qual é a perda suportável. A partir daí, dar o primeiro passo.
Foto: Dicas para empreender
Comments