Ator e diretor Marcelo Klabin fala sobre a aplicação de jogos teatrais para o aprimoramento da memória
ENTREVISTA - MARCELO KLABIN, ATOR E DIRETOR
ZENTA: Com a vida atribulada que temos, com inúmeros compromissos e distrações, muita gente reclama de esquecer números importantes, o local onde colocou as chaves, tarefas que deveria realizar, compromissos. Como podemos trabalhar de forma lúdica para melhorar a memória?
MARCELO KLABIN: Imagino que existam diferentes formas de "jogos" para trabalhar a memória. Eu gosto de usar o teatro como ferramenta para trabalhar esses jogos. Um exemplo simples de marcação de cena, um pequeno texto, uma coreografia ou a letra de uma música são fortes ferramentas para exercitar a memória. Jogando, brincando de atuar, você trabalha desde a memória simples do decorar um texto até a memória emotiva para a sua atuação. Viola Spolim, em seu livro "Improvisação para o Teatro", traz uma centena de jogos teatrais com objetivos específicos de concentração, foco, memória e outros.
Z.: Então, para melhorar o foco, também podemos trabalhar com jogos?
M. K.: Sim. Existem exercícios específicos para melhorar o foco.
No teatro, o ator trabalha com multifocos. Ele está presente, vivo na cena, vivendo o personagem com emoção, mas consciente de onde ele precisa ir para entrar no foco de luz, por qual coxia que precisará sair ou a respirada certa para o time cômico. Ele consegue focar na sua emoção mas sem esquecer o foco dos outros que estão a sua volta. Importante lembrar que a memória é treinada com exercícios, mas estes precisam ser suficientemente cativantes para instar o seu potencial de ir além.
Marcelo Klabin é diretor, arte-educador e ator premiado, formado pela Escola de Arte Dramática - ECA/USP. Professor responsável pela interpretação teatral da escola de teatro musical TeenBroadway e do clube A Hebraica de São Paulo.
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