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ARTIGO: NUTRIÇÃO, IMUNIDADE E COVID-19


Claudia Klein é médica neurologista


O COVID-19 rapidamente se propagou e se transformou em uma questão pandêmica. Apesar de muitos estudos, ainda não se sabe a cura. O que sabemos hoje é que devemos nos proteger e procurar aumentar a nossa imunidade.


Dieta e nutrição, são essenciais para uma boa imunidade, e a deficiência da maioria dos nutrientes aumenta a suscetibilidade à infecção viral. Hoje, quero me aprofundar sobre um grupo de micronutrientes que desempenha um papel dominante na imunomodulação, ou seja, que atuam no sistema imunológico conferindo aumento da resposta orgânica contra determinados microrganismos, como vírus e bactérias.


Os micronutrientes envolvem o continuum (*1) das respostas imunes do hospedeiro ao vírus, desde a interação inicial vírus-hospedeiro, ativação imune inata, até as respostas imunes adaptativas.

A imunidade saudável requer a contribuição sinérgica de vários micronutrientes, visto que um único nutriente mal dirige todo o mecanismo imunológico (*2). No entanto, a resistência do hospedeiro viral depende do suporte de um grupo dominante de nutrientes, incluindo vitaminas A, C, D, E, B6, B12, folato, ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), selênio (Se) e magnésio (Mg).


As defesas de primeira linha contra o vírus são as barreiras físicas e bioquímicas do trato respiratório, cujas diferenciações epiteliais normais e crescimento requerem vitamina A e Fe. As vitaminas A, C, D e Zn regulam a fluidez, a integridade e o reparo da membrana.


A vitamina E mitiga a peroxidação lipídica da membrana de espécies reativas de oxigênio. As vitaminas A, D, C e os oligoelementos Zn, Fe, Cu e Se regulam as atividades do peptídeo antimicrobiano delimitado por membrana e a microbiota associada à mucosa. A migração da mucosa e a regulação das funções das células imunes também se sincronizam com as vias integradas das vitaminas B6, B12 e folato.

Vitaminas A, C, D, E, B6, B12 e folato, e os oligoelementos Zn, Fe, Cu, Se, bem como o mineral Mg, constituem um grupo de nutrientes que apoiam todo o continuum de respostas imunes vírus-hospedeiro. Suas contribuições variam desde a regulação do número e função das células imunes inatas (como neutrófilos, células assassinas naturais (*3), monócitos e macrófagos), a produção de pró (*4), e citocinas anti-inflamatórias, as respostas à inflamação, a função de explosão oxidativa, a hemodinâmica redutora-oxidativa, às respostas da imunidade adaptativa.


Essas respostas incluem a diferenciação, proliferação e funções de células T, as interações com a apresentação antígenos virais, e a produção e desenvolvimento de anticorpos específicos para vírus.

Dessa forma, a deficiência destes nutrientes podem aumentar a suscetibilidade à infecção do vírus, com uma tendência para apresentação clínica grave. Por isso, as avaliações individuais do estado nutricional e dietético são importantes para determinar as ações integrais no COVID-19.


Consulte o seu médico e confirme os seus níveis nutricionais e se ele recomenda uma suplementação - principalmente neste momento de pandemia!


(*1) - Algo contínuo. Neste caso, significa que todos os micronutrientes entram na génese da nossa formação da resposta imune.

(*2) Um único nutriente não ajuda na produção de células da imunidade. São um conjunto sinérgico.

(*3) - As células NK natural killers são células do sistema imune que matam células invasoras.

(*4) - São citocinas pró inflamatórias na verdade, que atuam no combate ao vírus.

Claudia Klein é médica neurologista, graduada pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência em Neurologia e Clínica Médica na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e pós-graduada em Ciências da Longevidade Humana pelo grupo Longevidade Saudável. Faz atendimento clínico e é palestrante nas áreas de neurociência e meditação.


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